Terminou nesta quinta-feira (21/06), em Foz do Iguaçu (PR), o 5º Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC) que reuniu especialistas de todo o País e do mundo para apresentar e debater ações em defesa da preservação da biodiversidade. As mudanças climáticas no planeta foram a tônica do evento e a necessidade urgente de tomar medidas para contê-las, o compromisso final.

Na solenidade de encerramento, o almirante Ibsen de Gusmão Câmara, conselheiro da Rede Nacional Pró-Unidades de Conservação, afirmou que as mudanças climáticas são o efeito mais negativo da intervenção humana no planeta. “Uma solução para enfrentar a crise atual é a manutenção de uma rede mundial de unidades de conservação terrestres e marinhas”, defendeu.

Atualmente com 83 anos, Ibsen de Gusmão Câmara ingressou na Marinha aos 17 anos e, assim, conheceu boa parte do mundo. Após deixar a caserna, tornou-se uma das mais respeitadas autoridades em conservação da biodiversidade do País. Autodidata, estudou Paleontologia e tornou-se membro da Sociedade Brasileira de Paleontologia e da Sociedade de Paleontologia dos Vertebrados dos Estados Unidos. Foi presidente da Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza (FBCN) e responsável pelo início do Projeto Baleia Franca.

O almirante afirmou que a “introdução inconseqüente de fauna e flora em outros ambientes já havia alterado a biogeografia da Terra”. Ele observou que o momento é comparável a outros da história que afetaram a vida no planeta. “Diferente das crises anteriores, a atual não se deve a uma catástrofe natural, mas às ações de uma única espécie, o homem”, ressaltou.

Na plenária final, formada por todos os participantes, foram aprovadas 18 moções a serem encaminhadas para implementação de medidas que permitam a conservação da biodiversidade em todo o Brasil. A diretora de Áreas Protegidas do Instituto Estadual de Florestas (IEF), Aline Tristão, destacou a proposta de regulamentação da carreira de Guarda-Parques. “É uma medida necessária e urgente já que se trata de um profissional essencial para a conservação do patrimônio natural”, afirmou.

CBUC

O Congresso teve início no dia 17 de junho no município de Foz do Iguaçu (PR) e teve a participação de 1879 pessoas provenientes de todos os estados brasileiros e 21 países. O Simpósio Internacional de Conservação da Natureza reuniu especialistas de diferentes países que, a cada dia, abordaram temas relacionados a partir de diferentes perspectivas. Também foi realizada a 2ª Mostra de Conservação da Natureza na qual diferentes instituições apresentaram suas ações relacionadas com o meio ambiente.

“Um evento desse porte abre possibilidades, permite contatos e troca de experiências”, afirma Aline Tristão. “A presença de tantas pessoas de realidades tão diferentes permite a busca de propostas e ações ainda mais fundamentadas para a conservação da biodiversidade”, completa a diretora de Áreas Protegidas do IEF.

O IEF participou da programação paralela do evento apresentando o modelo adotado em Minas Gerais para regularização fundiária de unidades de conservação com recursos provenientes da compensação ambiental.

Os cursos de Capacitação de Guarda-Parques e de Administração e Manejo em Unidades de Conservação ganharam destaque no Congresso. Os cursos, oferecidos pelo IEF, foram apontados como referência para a América Latina durante o Simpósio Internacional de Conservação da Natureza. A equipe que organiza os cursos foi convidada para apresentar o programa no 2º Congresso Latino-Americano de Parques Nacionais e outras Áreas Protegidas que acontecerá na Argentina, em outubro.

Fonte: Assessoria de Comunicação - Sistema Estadual de Meio Ambiente - da Sala de Imprensa do 5º Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação