A formação de corredores ecológicos entre fragmentos florestais e sua importância para a conservação da biodiversidade foi tema da palestra de José Marcelo Domingues Torezan, professor da Universidade Estadual de Londrina, no primeiro dia do Simpósio Internacional de Conservação da Natureza, realizado dentro do 5º Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), que acontece em Foz do Iguaçu.
José Domingues apresentou o conceito de corredores ecológicos e sua importância para a conservação de habitats. Ele destacou que a constante perda de áreas naturais provocou a fragmentação das áreas nativas.
O professor destacou a ameaça às espécies mais sensíveis provocada pela fragmentação das áreas verdes, especialmente as que são naturalmente raras e habitam uma região específica. “As espécies endêmicas são mais sensíveis e não sobrevivem em novos habitats”, explica. “Já espécies com maior raio de ação têm menor possibilidade de extinção já que podem utilizar áreas próximas semelhantes”, completa.
Ele destacou ainda a importância dos gestores das unidades de conservação incorporarem ao seu planejamento uma visão global de sua região. “O entorno da unidade é essencial para o conhecimento dos hábitos das espécies que a habitam e para sua sobrevivência”, destaca.
Mata Atlântica
Em Minas Gerais, a formação de corredores ecológicos é estimulada pelo Projeto de Proteção da Mata Atlântica (Promata-MG) desenvolvido em conjunto com o Instituto Estadual de Florestas (IEF). Os proprietários rurais que vivem no entorno dos Parques Estaduais do Itacolomi, Rio Doce e Serra do Brigadeiro são o público-alvo do projeto, o primeiro desenvolvido pelo Governo de Minas.
O coordenador do Promata, Eduardo Grossi afirma que cerca de 2,5 mil hectares já foram reflorestados desde o início das atividades do Projeto, em 2003. “A idéia é usar como núcleo os três parques e, a partir deles, formar os corredores ecológicos que vão melhorar as condições e a proteção da biodiversidade”, explica. “Os produtores recebem insumos, mudas e assistência técnica para o plantio e preservação das áreas em fase de recuperação”, observa.
Simpósio
O Simpósio Internacional de Conservação da Natureza reúne especialistas de diferentes países que, a cada dia, abordarão cinco temas relacionados a partir de diferentes perspectivas. Os temas debatidos são Áreas Protegidas no Mundo, Conservação da Amazônia, Sociedade como Elemento-chave para a Conservação da Natureza, Comunicação e Conservação da Natureza, e Áreas Protegidas para o Século 21.
Fonte: Assessoria de Comunicação Sistema Estadual de Meio Ambiente - da Sala de Imprensa do 5º Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação
