Fotos: Evandro Rodney
A unidade de conservação está inserida no complexo da Serra do Espinhaço
Cachoeiras com praias de areia branca e belos mirantes são alguns dos atrativos do Parque Estadual do Rio Preto, um recanto preservado de cerrado na região do Alto Jequitinhonha. A unidade de conservação, administrada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), está localizada na cidade de São Gonçalo do Rio Preto, próximo a Diamantina.
“A origem do nome do parque é a existência de rio com nome homônimo que atravessa o seu interior”, explica o gerente da unidade, Antônio Augusto de Almeida. Em 1991, o Rio Preto foi declarado “Rio de Preservação Permanente” pelo IEF, concretizando o grande interesse da comunidade de São Gonçalo do Rio Preto. Dois anos depois foi sancionada a lei que autorizou a criação do Parque Estadual do Rio Preto, com o objetivo principal de proteger as nascentes do Rio Preto.
O parque conta com quatro roteiros temáticos, sendo que cada um possui diversos atrativos e trilhas. No roteiro Convivência com a Fauna e a Flora está a Trilha do Cerrado, com 4,6 km de extensão. Esse roteiro permite a visualização e convivência com o ambiente e a fauna do bioma cerrado, e é formado por um conjunto de trilhas que se inicia próximo ao córrego das Boleiras. A partir daí, segue em direção ao Poço do Veado, avança pelo Poço de Pedra e Vau Bravo, terminando no Vau das Éguas e retornando todo o trajeto.
“Apesar de sua distância, a caminhada compensa por sua bela paisagem e pelos excelentes locais para banho que o Rio Preto proporciona”, observa Antônio Augusto Tonhão.
Já a Trilha das Crianças possui 550m de extensão, com sinalização interpretativa voltada para crianças. Começa próximo ao restaurante do parque, passa por um trecho de mata fechada até o vestiário da área de camping e chega à prainha, local para banho. É a trilha mais visitada por localizar-se próxima às estruturas do parque.
Praias de Rios e Cachoeiras
O trajeto para a Trilha da Cachoeira do Crioulo tem 6,5 km de extensão. Possui uma queda de 30 m, poço para banho e pequena praia com areia branca. O passeio não pode ser feito em dias de chuva e aconselha-se que seja iniciado antes das 11 horas. O grau de dificuldade é de médio a alto.
A trilha da Cachoeira das Sempre-vivas possui 4,5 km de extensão. É possível ver sempre-vivas no percurso até chegar à cachoeira, que leva o nome da planta e possui uma queda d’água de 15m. Também é recomendado que a trilha seja iniciada antes das 11 horas. O grau de dificuldade é de médio a alto. Com grau de dificuldade baixo, a trilha da Forquilha tem 2,2 km de extensão. O local é sinalizado e de fácil acesso. Tem esse nome por ser o encontro do córrego das Éguas com o Rio Preto, formando uma grande piscina natural.
A trilha do Poço de Areia possui 2 km de extensão. No percurso, é possível observar a fauna e flora locais, assim como um poço formado pelas águas do Rio Preto e que se transforma em uma piscina natural. O grau de dificuldade é baixo. Já a trilha das Corredeiras possui 5,2 km de extensão, mas a distância total a ser percorrida, desde a sede, é de 10,4 km. O percurso abrange o poço de Areia, com formações rochosas em tons de branco, rosa e laranja, semelhantes ao mármore. O trajeto não pode ser feito em dias de chuva devido às pedras escorregadias. O grau de dificuldade é de médio a alto.
Mirantes
O caráter geomorfológico do Parque é um importante fator paisagístico e se transforma em um importante atrativo ecoturístico da Unidade. Os diversos mirantes existentes no Parque são pontos mais altos que permitem visões privilegiadas de diferentes paisagens. São de fácil acesso e alguns deles se localizam em trilhas de outros roteiros.
O mirante da Estrada Real é onde está localizado o marco da Estrada Real. Ele propicia vista panorâmica para o pico Dois Irmãos e para trechos do rio Preto. Em seu entorno encontram-se afloramentos rochosos e vegetação de campo rupestre. Está situado a 2,1 km da sede do Parque e a 92 metros da estrada principal do Parque. O grau de dificuldade é baixo.
O mirante do Lajeado propicia vista panorâmica para grande parte da bacia do córrego das Éguas, com piscinas naturais, lajeados e uma vegetação de cerrado e mata ciliar. Pode-se observar também o morro do Alecrim, parte do pico Dois Irmãos, o limite leste do parque com o município de Felício dos Santos, e ao fundo, a serra da Pedra Menina. A trilha de acesso possui 3,4 km e está no mesmo caminho para a trilha das cachoeiras. O grau de dificuldade é médio.
O mirante da Lapa propicia vista panorâmica para a porção norte do parque, voltada para a portaria. Está situado a 113 metros a partir da estrada principal do parque, com grau de dificuldade baixo. O mirante do Monjolo proporciona vista panorâmica para o vale do Ribeirão das Éguas e do Rio Preto, bem como do pico Dois Irmãos e serra do Jambreiro. A trilha de acesso possui 2,6 km e também está no mesmo caminho para a trilhas das cachoeiras. O grau de dificuldade é médio.
Também com grau de dificuldade médio, o Mirante da Pedra está localizado no caminho da trilha das cachoeiras e possui 2,8 km de extensão. Propicia vista panorâmica para o vale do Ribeirão das Éguas e para o Rio Preto.
Pinturas Rupestres
Já foram identificados no Parque Estadual do Rio Preto, 32 sítios de interesse arqueológico, sejam possuidores de testemunhas pré-coloniais ou de interesse histórico. As pinturas são atrações de fácil acesso, mas as visitações são restritas. A Lapa das Piabas abriga um sítio arqueológico que preserva figuras rupestres ainda não estudadas, com formas semelhantes a peixes. A trilha de acesso possui 1,4 km a partir da estrada principal do Parque e o grau de dificuldade é baixo.
Na Lapa do Tatu está um sítio arqueológico, localizado na estrada interna do parque. É formada por um bloco de rocha com dois pequenos abrigos: um deles com uma figura rupestre de um quadrúpede, semelhante a um tatu, de onde se origina o nome. Está situada a 1,3 km da entrada do parque com grau de dificuldade baixo.
Já a Lapa do Tropeiro tem 30 metros e possui um sítio arqueológico que já foi parada de tropeiros que transitavam pela Estrada Real, de São Gonçalo do Rio Preto a Diamantina, transportando mantimentos, pedras e metais preciosos. A trilha de acesso possui 1 km a partir da estrada principal do Parque, com grau de dificuldade baixo. Por fim, o moinho de Fubá está localizado a 790 m da estrada principal, saindo do heliporto em sentido às pinturas rupestres. O grau de dificuldade é baixo.
Rio Preto
O Rio Preto é um afluente da margem esquerda do Rio Araçuaí que, por sua vez é do Jequitinhonha. A área do Parque abrange todas as suas nascentes, até o início de seu curso médio, a partir do vilarejo de Santo Antônio. Ao longo do percurso, no interior do Parque, o rio proporciona várias configurações da paisagem, que definem os locais para a visitação pública.
O Parque está inserido no complexo da Serra do Espinhaço, região alta do Vale do Jequitinhonha e suas formações geológicas são características deste sistema, com presença de diversos afloramentos rochosos.
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Emerson Gomes
Ascom/Sisema