Fotos: Evandro Rodney
No encontro foram discutidas as principais medidas que serão tomadas em Minas, sobretudo durante o período de seca
A Força-Tarefa Previncêndio, programa de combate a incêndios florestais do Governo de Minas, realizou na quarta-feira (29) a reunião de abertura dos trabalhos em 2024. Na oportunidade, foram apresentadas as principais medidas que serão adotadas em Minas para prevenção e combate aos incêndios florestais, sobretudo durante o período de seca previsto para os próximos meses.
O trabalho é coordenado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e envolve o Instituto Estadual de Florestas (IEF); a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec); o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG), a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG); a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG); a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa); o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Esses órgãos são responsáveis pela articulação conjunta de ações e responsabilidades na contenção dos focos de incêndio, cada um atuando dentro de suas competências legais. “Esse trabalho conjunto permite mobilizar pessoal, equipamentos e aeronaves, de forma integrada, durante o período de combate a incêndios florestais”, explica o gerente de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais do IEF, Rodrigo Bueno Belo.
Estrutura
A Força-Tarefa teve alterações estruturais em 2024, com o Corpo de Bombeiros Militar assumindo a parte operacional das ações, como a contratação de brigadistas e a coordenação de aeronaves e deslocamentos. “O trabalho só é possível com um diálogo bem próximo entre as instituições”, observou o coronel Moisés Magalhães de Sousa, do Corpo de Bombeiros.
Balanço
Dados do IEF revelam que, em 2023, o número de incêndios florestais em unidades de conservação foi de 666, menor que os 740 registrados na média histórica. Já a média histórica de hectares consumidos pelo fogo nas UCs foi de 16.747,83 hectares nas áreas internas e 16.747,88 hectares no entorno.
A unidade de conservação que mais teve incêndios em 2023 foi a Área de Proteção Ambiental (APA) Alto Mucuri, no nordeste do Estado, com 108 ocorrências. Em segundo lugar está a APA das Águas Vertentes (62) e o Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, com 51 incêndios.
Clima
De acordo com Paula Souza, meteorologista do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), a temperatura em 2024 tem sido mais alta que a média histórica e a umidade relativa do ar, mais baixa. “A previsão é de que o próximo trimestre - junho, julho e agosto – tenhamos temperaturas de 1 a 2 graus acima da média histórica em Minas Gerais. Há baixa previsibilidade de chuvas e o clima deve ficar mais seco”, afirmou.
Segundo a meteorologista, isso se deve à probabilidade de ocorrência dos fenômenos El Niño e La Niña.
Minas Contra o Fogo
Também foi apresentado durante a reunião o programa “Minas Contra o Fogo”, cujo objetivo é prevenir ocorrências e ampliar a capacidade de resposta dos municípios aos incêndios florestais. Em 2024, a iniciativa é desenvolvida em parceria com 24 municípios do estado e prevê a capacitação de brigadistas, auxílio na elaboração e execução de planos de contingência para prevenção e combate em áreas públicas e privadas, além de orientação às prefeituras para decretação de estado de emergência, em caso de necessidade.
Promovido pelo IEF, em parceria com a Semad, Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) e CBMMG, o Minas Contra o Fogo integra os municípios mineiros que mais tiveram focos de incêndios em suas unidades de conservação estaduais, entre 2013 e 2021.
Os municípios aptos a aderir ao programa recebem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), doados pelo IEF, como: vestimentas, capacetes, luvas, óculos e coturnos, além de instrumentos de combate ao fogo, como abafadores e bombas costais. O Programa Minas Contra o Fogo equipará e capacitará até 147 brigadas florestais municipais ao longo dos próximos anos, com 33 municípios aderindo à primeira edição (2023) e 24, até o momento, na segunda edição (2024).
Emerson Gomes
Ascom/Sisema