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Instituto Estadual de Florestas - IEF

Duas novas espécies de plantas são encontradas na cordilheira do Espinhaço, no Norte de Minas

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Foto: Danilo Zavatin

NOVA ESPÉCIE 3 DENTRO

Com o apoio do PAT Espinhaço Mineiro e do projeto Pró-Espécies, foi possível viabilizar as expedições de campo
 

Pesquisadores do Plano de Ação Territorial para conservação de espécies ameaçadas de extinção do Espinhaço Mineiro (PAT Espinhaço Mineiro), coordenado pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), descobriram duas novas espécies de canela-de-ema, do gênero Vellozia, da família Velloziaceae, em Monte Azul, no Norte de Minas.

 

As novas espécies, Vellozia flavida e Vellozia formosa, encontradas na vegetação dos Campos Rupestres do Espinhaço, foram descritas e recém-publicadas na revista internacional Phytotaxa. Elas foram classificadas como criticamente ameaçadas de extinção por serem microendêmicas, espécies que ocorrem em apenas um local, em uma área muito restrita, nestes casos, em uma única serra.

 

Essa região já vem ganhando destaque pela quantidade de espécies novas publicadas, incluindo a Uaizeitona, o Chionanthus monteazulensis, a partir das ações de identificação de áreas lacunas de conhecimento da flora, por meio do PAT Espinhaço Mineiro e do Projeto Pró-Espécies, destacando a rica biodiversidade do Norte de Minas.

 

Essas plantas são reconhecidas pela beleza de suas flores, em geral lilás a brancas, mas nessa descoberta houve novidades, incluindo uma rara flor amarela, nomeada Vellozia flavida. Essa é apenas a terceira espécie de Vellozia com essa característica, gênero que conta com 130 espécies de plantas que geralmente ocupam regiões de altitude elevada. Já a outra espécie encontrada, faz homenagem ao seu local de ocorrência na região do Pico da Formosa, denominada Vellozia formosa.

 

Segundo o pesquisador e autor principal da descoberta, Renato Magri, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo, “esse trabalho teve início com os estudos do Professor Renato Mello-Silva (in memorian), que dedicou suas pesquisas às canelas-de-ema”.

As plantas coletadas pelos botânicos, depois de secas, são incluídas em museus, chamados herbários. Em materiais trabalhados pelo Professor Renato Mello Silva foram indicadas que essas eram espécies novas, mas para a Vellozia flavida não havia flor, o que é essencial para a descrição da espécie.

 

Com o apoio do PAT Espinhaço Mineiro e do Projeto Pró-Espécies, foi possível viabilizar as expedições de campo. “Eu sabia da existência dessas espécies novas na região, mas não sabia que o acesso seria tão difícil. A missão de coleta em campo para encontrar as plantas foi bastante pesada, por causa do relevo, bem como da necessidade de achar as plantas com flores”, disse Renato Magri.

 

A pesquisadora Andressa Cabral explica que as espécies de Vellozia possuem características fascinantes, que lhes permitem crescer em ambientes adversos, como solos rasos, altas temperaturas, alta insolação e escassez de água. “Isso destaca a importância de conservar esses habitats com uma flora tão singular, que é essencial para manter a biodiversidade e o equilíbrio ecológico desses ecossistemas”, frisou.

Além dos autores do artigo científico, que são pesquisadores, cientistas e especialistas botânicos, a pesquisa também teve o apoio da equipe do Parque Estadual Caminho dos Gerais, por meio do analista João Carlos Batista dos Anjos e do Gestor do parque, Alessandre Jorge.

 

Para Alessandre Jorge, a ciência traz o conhecer, e o conhecer traduz aos que atuam nesse território, o conservar, o proteger contra a extinção, mesmo antes de ter ganhado um nome ou a identificação da espécie. “A ampliação do conhecimento científico é fundamental para valorar os ecossistemas e traçar estratégias para a conservação e uso sustentável da cordilheira do espinhaço na região Norte”, explicou.

 

A coordenadora do PAT Espinhaço Mineiro, Gabriela Brito, disse que agora é esperado que a descrição dessas espécies, que vêm sendo encontradas em áreas até então pouco estudadas, chame a atenção para a necessidade de ampliar as estratégias de conservação desses locais singulares para a biodiversidade, nos quais outras espécies já foram descobertas e outras ainda serão.

 

Clique aqui e acesse as informações sobre o PAT Espinhaço Mineiro e o Projeto Pró-espécies.

 

Leia o artigo completo clicando aqui.

 

Wilma Gomes
Ascom/Sisema

 

 

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