Zonas úmidas brasileiras de importância internacional
Desde a adesão do Brasil à Convenção de Zonas úmidas de importância internacional, ou Convenção de Ramsar, tratado realizado na cidade Ramsar, no Irã em 1971, com diversos países, com intuito de preservar ambientes denominados áreas úmidas, 12 (doze) locais brasileiros foram aprovados e fazem parte da lista de zonas úmidas de grande importância.
Criado com o objetivo de promover a conservação desses ambientes e a utilização de seus recursos naturais de forma sustentável, os Sítios Ramsar, garantem investimentos em pesquisa e preservação com financiamento internacional. Cabe ao país priorizar a proteção da biodiversidade e dos aspectos ecológicos das áreas escolhidas, apoiar e criar políticas para sua proteção e fomentar projetos de educação das populações em seu entorno.
Segundo o Comitê Nacional de Zonas Úmidas – CNZU, no Brasil, as “Áreas Úmidas são ecossistemas na interface entre ambientes terrestres e aquáticos, continentais ou costeiros, naturais ou artificiais, permanentes ou periodicamente inundados ou com solos encharcados. As águas podem ser doces, salobras ou salgadas, com comunidades de plantas e animais adaptados à sua dinâmica hídrica”.
Foto: Rodrigo Teribele
Sítio Ramsar Parque Estadual do Rio Doce
De acordo com o comitê para identificar a “Extensão de uma área úmida, deve-se considerar o limite da inundação rasa ou do encharcamento permanente ou periódico, ou no caso de áreas sujeitas aos pulsos de inundação, pelo limite da influência das inundações médias máximas, incluindo-se aí, se existentes, áreas permanentemente secas em seu interior, habitats vitais para a manutenção da integridade funcional e da biodiversidade das mesmas. Os limites externos são indicados pelo solo hidromórfico, e/ou pela presença permanente ou periódica de hidrófitas e/ou de espécies lenhosas adaptadas a solos periodicamente encharcados”.
No Brasil, apenas locais estabelecidos como unidades de conservação podem se tornar um sítio Ramsar, situação que leva ao reconhecimento internacional e facilita a adoção de medidas para proteção e conservação do ambiente.
Minas Gerais, inicialmente representada pelo Parque Estadual do Rio Doce, figura entre os oito estados brasileiros que detém um sítio Ramsar, desde 26 de fevereiro de 2010. O Parque é a primeira unidade de conservação de Minas, criada em 1944. Abrange a maior floresta tropical do estado, possuindo quarenta lagoas. Representa um dos três maiores sistemas de lagos do Brasil, abrigando uma variedade de peixes, uma grande diversidade na fauna e flora, além de animais ameaçados de extinção como a onça pintada.
Foto: Evandro Rodney
Sítio Ramsar Parque Estadual do Sumidouro
O PE Rio Doce é uma das doze unidades de conservação escolhidas como zonas úmidas, que representam uma fonte de diversidade biológica, influenciam o regime de água em extensas regiões, são hábitat de espécies endêmicas, aves migratórias, proporcionam o clima ideal para reprodução e desenvolvimento de muitas espécies, tornando sua preservação extremamente importante e necessária.
Minas Gerais ampliou sua representação entre os Sítios Ramsar, em 05 de Julho de 2017 com o reconhecimento do Sítio Lund Warming, localizado na APA Carste Lagoa Santa. O novo Sítio possui uma área de 23.865,44 ha e contempla duas diferentes Categoria de Unidades de Conservação Estaduais: Parque Estadual Sumidouro e Cerca Grande e Monumento Natural Lapa Vermelha; Vargem de Pedra; Experiência da Jaguará; Santo Antônio e Váreza da Lapa.
O Sítio Lund Warming é composto por dois importantes biomas Mata Atlântica e Cerrado, que representam dois Hotspots de Biodiversidade. Abriga florestas deciduais e semideciduais, vegetação rupestre associada a lagoas temporárias com alta biodiversidade e incrível beleza cênica, a área é utilizada por diversas espécies de aves migratórias.
Foto: Evandro Rodney
Sítio Ramsar Parque Estadual do Sumidouro